O Brasil está passando por um
momento histórico, mesmo que as manifestações que tem mobilizado o território
nacional se encerrem hoje, este movimento já ficará marcado na história.
O movimento é legítimo, é válido
e justo. Este blogueiro, a princípio era contra as manifestações dos jovens
paulistanos contra o aumento da passagem de ônibus e a favor do passe livre.
Ainda sou contra o passe livre, mas agradeço a atitude dos paulistanos em ter
incentivado o povo brasileiro a se revoltar e protestar contra décadas de
descaso do poder público, em relação à educação, saúde, segurança, transporte,
além da corrupção descabida e dos altos gastos para a Copa do Mundo de 2014.
As autoridades do Poder Executivo já estão se movimento temendo que o caos se
instaure. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o prefeito da capital
Fernando Haddad, anunciaram a redução das passagens, a presidente Dilma Rousseff
já anunciou que irá agir a fim de atender as reivindicações, mas isso não tem
sido suficiente.
As manifestações não devem parar.
Há um risco, e é um risco bastante provável, de que os governantes tomem
medidas paliativas que apenas forneçam uma satisfação momentânea de algumas das
reivindicações. Mas que, a médio prazo, tudo volte como estava antes.
A única garantia de uma mudança
verdadeira é a continuidade das manifestações até a solução concreta dos
problemas apontados pelos manifestantes, pelo povo brasileiro. Atitudes de fato
efetivas, e não apenas promessas.
O povo brasileiro, ao longo de
sua história, sempre se manifestou contra as mazelas sociais causadas pelo
governo. Desde os tempos do Brasil Colônia, quando o principal foco, além da
miséria e os abusos do governo português, era a luta pela independência. Motivo
esse que transformou-se na luta pela democracia nos tempos de Dom Pedro I e Dom
Pedro II. Com a república, a miséria inspirou movimentos como a Guerra de
Canudos e a do Contestado que visavam a emancipação das regiões onde
desencadearam os conflitos. Sem esquecer as lutas pela democracia nos tempos da
ditadura, e já na democracia, o movimento das Diretas Já.
A diferença é que este movimento,
que está ganhando ares de revolução, tem potencial para realmente mudar a vida
do povo brasileiro para melhor. Em fazer
com que o governo brasileiro, de uma forma geral, trate a satisfação das
necessidades da população como prioridade. Visto que, desde sempre, o governo
tratou como prioridade a satisfação dos anseios daqueles que detiveram o poder,
realizando a vontade do povo somente quando esta não contrariava os interesses do
governantes. Atualmente, por exemplo, vemos um governo que tenta maquiar os
problemas da população com dados manipulados, inclusive com a ajuda de boa
parte da imprensa, e tentando atender às necessidades com medidas que não acompanham o agravamento dos
problemas sociais.
Quando o governo toma alguma
medida mais efetiva a favor do povo, a oposição trata de dificultar o máximo possível a
concretização da mesma. Pois, novamente, não tem real interesse em solucionar
os problemas do povo, mas tão somente em denegrir a imagem dos partidos do governo
visando tomar o posto dos mesmos nas eleições seguintes. O governo, a que me
refiro, é tanto a nível nacional como nos Estados de uma maneira geral.
Os atos de vandalismos, que
mancharam o movimento, querendo ou não, foram a gota d’água para que os
governantes começassem a agir. Prometendo mudanças, ou até mesmo realizando-as,
como no caso da redução das tarifas de ônibus nas cidades de São Paulo e Rio de
Janeiro, por exemplo.
Com vandalismo ou não, que a revolução não pare!